segunda-feira, 13 de abril de 2015

Auto da Barca do Inferno


1. Diz-se "Barca do Inferno", porque quase todos os candidatos às duas barcas em cena – a do Inferno, com o seu Diabo, e a da Glória, com o Anjo – seguem na primeira.

2. Normalmente classificada como uma moralidade, muitas vezes ela aproxima-se da farsa; o que fornece ao leitor é uma visão, ainda que parcelar, do que era a sociedade portuguesa do século XVI.

3. Surgem ao longo do auto três tipos de cómico: o de carácter, o de situação e o de linguagem. 

4. A recusa de tudo o que podia significar distinção social na vida terrena aparece também no auto, quando lá se fala das "carregas"  inúteis para garantir êxito no julgamento.

5. A afastar as duas obras, está tudo o que depende da teologia cristã, a começar pela presença do Anjo, com a possibilidade de dois destinos. O da condenação e o da glória, o final esperançoso (claramente visível quando se tem em conta o modo como o autor aproveita a maré ao longo da obra)

6. Em algumas passagens da obra, existe uma referência ou comparação à lenda mitológica de Caronte, o barqueiro que transportava as almas dos mortos pelo mar, até ao seu destino final. O barqueiro exigia o pagamento de uma quantia em dinheiro para pagar a viagem.









Gil Vicente 



1. Nascido em c.1465

2. Morte em c.1536

3. Enquanto homem de teatro, parece ter também desempenhado as tarefas de músico, ator e encenador.

4. O teatro português não nasceu com Gil Vicente. Esse mito, criado por vários autores de renome, como Garcia de Resende

5. O seu primeiro trabalho conhecido, a peça em castelhano "Auto da Visitação", também conhecido como "Monólogo do Vaqueiro".

6. Note-se que a obra de Gil Vicente não se resume ao teatro, estendendo-se também à poesia.












                                                                                                                                   Gil Vicente, tal como costuma ser representado 

























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